Do sangue da Margarida nasceram as flores de luta

"E eu só deixo de dizer quando eu morrer"
Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983
Do luto à luta. O tiro de espingarda foi mais poderoso do que a espada da deusa com os olhos vendados, que diz usar a força em prol do justo. A violência da autoridade privada venceu o grito sufocado de uma camponesa que lutava por direitos (dos outros). Atiraram em Margarida, mas o sangue derramado não matou a luta; fertilizou a consciência, fez pesar a indignação, mostrou, de forma escancarada, uma realidade degradante que precisa ser combatida, um sonho que precisa ser sonhado junto para virar realidade. E a Margarida espalhou suas sementes. Morreu flor e fez nascer um jardim. Morreu na luta mas não morreu de fome. E nos fez passar fome - de Justiça. Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983, na cidade de Alagoa Grande/PB, é um dos maiores símbolos da luta pelo direito humano à terra. Ao mesmo tempo, sua história desnuda, sem pudor, as relações vis...