MULHERES NEGRAS PARAIBANAS EM MARCHA!
Representantes da Paraíba, além
de algumas do Rio Grande do Norte, saíram ontem (15/11) de João
Pessoa rumo à Marcha das Mulheres Negras. A mobilização ocorrerá
em Brasília, dia 18, e contará com mulheres negras vindas de todo o
País. Hoje, o Brasil conta com 49 milhões de mulheres negras
espalhadas pelos estados da Federação, contudo, sofrem com os mais
variados tipos de violência social. De acordo com o website da
organização, um dos propósitos importantes do ato é homenagear
“nossas ancestrais e
em defesa da cidadania plena das mulheres negras brasileiras”.
Também o machismo e racismo se inserem enquanto elementos que
incrementam a subalternização destas e a necessidade da luta contra a dura realidade posta.
A
construção do comitê paraibano foi feito com a participação de
vários movimentos, comunidades, inclusive com o apoio de siglas
partidárias. Para Socorro Pimentel, secretária de combate ao
racismo do PT: “A
mulher é a protagonista desta marcha, a mulher negra 'tá' (sic)
colocando sua cara e dizendo 'nós somos capazes, nós queremos
viver', estamos muito felizes de estarmos juntas”.
Segundo ela, também participarão negras vindas dos Estados Unidos,
Caribe e África.
Várias
formações políticas foram feitas em todo o Estado a fim de
conscientizar acerca da importância da Marcha. É o que nos conta
Mariah Marques, do grupo Iyálodê: “O
comitê da marcha também fez (formações) em vários municípios do
Estado da Paraíba, fez dentro das comunidades tradicionais de
terreiro, nas casas de santo, fez dentro dos potiguaras indígenas,
fez nos tabajaras, fez nos quilombolas”. O
grupo Bamidelê, organização de mulheres negras na Paraíba, também
teve grande importância na mobilização para Brasília, inclusive
faz parte do comitê nacional.
Segundo
a ONU Mulheres, o índice de homícidio de negras, no Brasil, subiu
54% no período entre 2003 e 2013. Além disso, em 2014, esta mesma
Organização emitiu um relatório que reafirma a existência do
racismo institucionalizado no País. Tudo isto corrobora para a
importância da organização e resistência frente a instrumentos opressivos de classe enraizados em sociedades estratificadas, como a
nossa. “A
luta é uma só, a luta é mostrar que nós, mulheres negras, somos
capazes de transformar, dizer que estamos presentes 'né', 'pra' que
a gente possa construir as políticas públicas”, afirma
Mariah.
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