Repressão e militarização marcam início da Rio 2016
Em meio a uma conjuntura
de crise política no Brasil, na ultima sexta-feira tem início as Olímpiadas Rio
2016. No mesmo dia, acontecia em frente ao Copacabana Palace um ato político organizado
pelas frentes: Brasil Popular, Povo Sem Medo e Esquerda Socialista cuja pauta
principal era a denuncia do atual golpe político, jurídico e midiático em curso
no Brasil e o legado desastrado que os jogos olímpicos trarão para a maioria da
população.
Antes de iniciar a
cerimônia os principais veículos de comunicação já tratavam de tentar camuflar
as tentativas de denuncia do cenário de crise vivido pelo Brasil, ao passo que
se intensifica a criminalização dos movimentos sociais e iniciam-se intensas
investidas na legitimação do aumento da militarização e vigilância que os mega
eventos sediados no país deixarão como legado.
A mídia burguesa como
sempre cumpre sua função de criminalização e desmobilização frente a real
situação vivida no país. Pouco antes do início da cerimônia de abertura dos
jogos olímpicos uma sequência de reportagens exibem este contexto.
Uma considerável
manifestação de setores populares que contou com cerca de 30 mil pessoas
aparece como manchete em um dos principais jornais da rede globo totalmente descaracterizada
como um mero “protesto contra as olímpiadas”; logo em seguida muitos minutos do
horário nobre são destinados a uma reportagem sobre uma operação da polícia em que
se faz acusações diretas a lideranças e integrantes das ocupações do Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de criarem e utilizarem o movimento para fins
de tráfico de drogas.
Centro de informação e
segurança criados e equipados com alta tecnologia e ações militares destinadas
as periferias do rio são elogiadas e enaltecidas como boas soluções de
segurança. Tudo isso se alterna com reportagens e imagens que tentam passar a
fantasia de que o país está em festa.
As forças
policiais atuantes nas Olimpíadas também vem deixando sua marca. Neste sábado
(06/08) um homem foi preso no Sambódromo do Rio por portar um cartaz com os
dizeres “Fora Temer”. O fim da “ditadura comunista” inaugurou a verdadeira
democracia, onde protestar contra o presidente interino é passível de prisão,
tudo em nome de uma “boa imagem” aos olhos dos gringos.
Para além da
intensificação da criminalização dos movimentos sociais e da pobreza, as atuais
investidas apontam principalmente para o aumento e a sofisticação dos aparelhos
de informação do estado, que aliados a um cenário de
terror muitas fezes forjado pelas próprias instituições repressivas tornam e
criam os setores mais oprimidos da
sociedade alvos fáceis para a repressão.
Não se pode esperar outra
forma de agir por parte da mídia empresarial, mas a cobertura feita pelas
olímpiadas apontam importantes elementos dos quais merecem nossa atenção, criar
estratégias de enfrentamento ou maior proteção frente a essas novas tecnologias
deve estar na pauta do dia das organizações populares daqui para frente.
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